A Fenomenologia Existencial faz parte do grupo de abordagens humanistas mais modernas, criadas no fim do século XX e século XXI. Tem como principais teóricos Kierkegaard, Heidegger, Sartre, Nietzsche, Simone de Beauvoir, Merleau-Ponty, Hannah Arendt, Rogers, Jaspers entre outros.

Nós, profissionais que seguimos essa e outras abordagens existencialistas e humanistas, enxergamos o sujeito de maneira positiva. O que significa que compreendemos os nossos pacientes como seres completamente ativos, protagonistas e responsáveis pelo desenrolar de suas escolhas, ainda que ele não consiga se enxergar desta forma.

Nessa abordagem, a patologia ou rótulos prévios nunca serão utilizados como viés para o desenrolar do desenvolvimento do paciente. Compreendemos a importância de um diagnóstico, mas jamais reduzimos um sujeito a ele. Enxergamos a pessoa como uma representação autêntica do todo que fez parte para que ela fosse quem era quando chegou até nós.

Nosso compromisso é trazer o paciente cada vez mais para a posição de protagonista de sua história, ainda que isso acarrete fazer escolhas e tomar decisões não tão confortáveis.

A verdade é que a Fenomenologia não é uma abordagem confortável, muitas vezes pode ser indigesta, e fazer o paciente se enxergar como ser-no-mundo e não passivo pode ser um processo doloroso. Ter consciência do peso da nossa existência pode doer.

E a ideia é sempre possibilitar reflexões sobre como os acontecimentos do passado influenciam o presente, mas não o determinam. Não importa o que as circunstâncias fazem do homem, “mas o que ele faz do que fizeram dele” (Sartre).